Cerimônias

Os Pais e Mães de Santo da Umbanda, assim como os sacerdotes das outras grandes religiões, estão espiritual e legalmente habilitados realizar cerimônias oficiais, como o Batismo, o Casamento e o Funeral.

O Batismo, do grego "βαπτισμω" (baptismō), significa "cobrir", "imergir" ou "banhar". Durante o batismo na Umbanda os Filhos de Santo se apresentam aos Pais de Santo, os Guias de Lei, incorporados ou não, e os Orixás, e recebem um ritual que se desenrola de várias maneiras em casas diferentes. O intuito do ritual é servir como um rito de iniciação ou passagem aos Filhos, simbolizando a aceitação da religião umbandista e o início de uma nova vida, conscientemente dispostos a realizar suas reformas interiores. Comumente, a cerimônia é aberta e se desenrola como uma gira, mas com pontos tocados, cantados e riscados especiais para a ocasião. O batizando passa pelo rito de forma passiva, concentrando sua atenção no momento e seu significado. Cada pessoa recebe, então, as bênçãos de seus novos padrinhos, quando houver, a quem poderão recorrer como se fossem membros da família. A cerimônia é assistida por familiares, amigos e até desconhecidos.

O casamento na Umbanda une duas pessoas oficialmente em matrimônio, independente do sexo. Sendo o amor um sentimento puro e universal, como bem representa nossa mãe Oxum e nosso pai Oxumaré, é celebrado com louvores e sem preconceitos. Os noivos escolhem vestidos e trajes, comidas e flores, músicas e padrinhos como desejarem e no grande dia tudo é preparado, seja no terreiro, na natureza, e em diversos outros locais. Os Pais de Santo realizam a cerimônia, que pode variar de terreiro para terreiro, dizem palavras e abençoam os noivos, que leem seus votos nupciais um ao outro, trocam alianças e assinam os termos matrimoniais. Tudo é assistido por amigos e familiares e, geralmente, segue-se uma festa animada.

Os ritos funerais são feitos pelos encarnados e desencarnados como uma benção para a pessoa que já não mais está viva na carne. A morte é parte da vida, uma manifestação de Omulu e Obaluaiê e, como tal, deve ser lamentada em luto solene e contente pela importante passagem feita pelo irmão que se foi. Amigos e familiares assistem à cerimônia onde os Pais de Santo evocam as irradiações de diversos Orixás, em especial Oxalá, Nanã e os dois já mencionados, com pontos tocados e cantados especiais para a ocasião. Tudo para dar ao falecido um bom renascimento na espiritualidade, um bom desprendimento do corpo carnal, a "devolução" deste corpo ao mundo e reforçar a todos os presentes, lá e cá, que o laço de união da egrégora apenas se fortalece com a passagem.